Cresce número de pessoas 60+ no mercado de trabalho
01/10/2024
(Foto: Reprodução) Nos últimos 10 anos, participação das pessoas acima de 60 anos é maior do que a de jovens e adultos. Cresce a participação das pessoas com 60 anos ou mais no mercado de trabalho
Nos últimos 12 anos, no Brasil, a participação das pessoas com 60 anos ou mais no mercado de trabalho cresceu mais do que entre jovens e adultos.
Até quantos anos um artista pode brilhar? Reanata Sorrah, com 54 anos de carreira, acaba de estrear uma longa temporada em São Paulo.
"Eu cresci, eu tive filhos, eu sou avó hoje em dia e eu descobri coisas lindas, eu conheci pessoas, tudo por causa do teatro", afirmou a atriz.
Atriz Reanata Sorrah, com 54 anos de carreira
Reprodução/TV Globo
Essa é a cena também na economia. Repleta de "atores" experientes. Quem diz que a Carmem tem setenta anos?
"Aposentei faz três meses. Eu acho que uma pessoa da minha idade, se ela tiver vitalidade, tiver com o que se ocupar, ela não vai envelhecer. Eu me preparei para me aposentar e ficar aqui", contou a empreendedora Lucia Britto.
Cresce número de pessoas 60+ no mercado de trabalho
Reprodução/TV Globo
Na ativa. Essa é de longe a parcela da população que mais cresce no mercado de trabalho. De 2012 para este ano, chegarem três milhões de pessoas com mais 60 anos ou mais. O pico da série do IBGE foi agora: no segundo trimestre com 8 milhões.
Velha vai ficando a ideia de que produtividade é sinônimo de juventude. Ultrapassadas podem ficar as empresas que acreditam que a criatividade e inovação não combinam com experiência. E antigo é o olhar só preocupado para o envelhecimento da população. É claro que isso traz desafios para a saúde pública, para a previdência, mas existem cada vez mais evidências da contribuição das pessoas com mais de 60 anos para a economia.
Cresce número de pessoas 60+ no mercado de trabalho
Reprodução/TV Globo
Gilberto Alves, motorista de aplicativo, leva a gente para a realidade da maioria. A alta do trabalho na terceira idade é ligada a funções de baixa qualificação e, na maioria das vezes, sem carteira assinada. E a taxa de informalidade de quem tem mais de 60 anos é maior do que nas outras faixas etárias.
"É necessidade, porque se você parar, pensar com o salário de hoje, você não sobrevive. Tem dia que eu saio 5h, tem que dia eu saio 4h30, aí o horário de parar depende. Se o movimento estiver bom, eu dou uma esticadinha até umas cinco, seis horas da tarde. Ah, eu me sinto bem. Eu me sinto bem trabalhando, eu não consigo ficar parado", disse o motorista.
Gilberto Alves, motorista de aplicativo
Reprodução/TV Globo
Na avaliação da professora Gisela Castro, que estuda envelhecimento e longevidade, a lógica de quem contrata tem que mudar.
"Fica difícil sustentar aquela ideia de que 40 é velho, 50 é velho ou 60 é velho. Lá atrás, quando os Beatles eram todos jovens e o Paul Mccartney fez uma música se perguntando o que que vai acontecer comigo quando eu tiver 64, ih agora tem mais do que isso. Tem mais de 80 e continua aí", explicou Gisela.
Taxa de informalidade de quem tem mais de 60 anos é maior do que nas outras faixas etárias
Reprodução/TV Globo
LEIA TAMBÉM
'Parece que você fez 50 anos e não presta para mais nada': mulheres 50+ relatam dificuldades para conseguir emprego
Contratações de profissionais com mais de 50 anos sobem no Brasil em 15 anos, aponta levantamento
